Amor Além da Vida
O filme “Amor Além da Vida” (1998), estrelado por Robin Williams, é uma obra cinematográfica que emociona ao abordar a continuidade da vida após a morte e o poder do amor. Sob a perspectiva espírita, a narrativa do filme se aproxima de muitos princípios da Doutrina codificada por Allan Kardec, embora com liberdade artística e poética.


A imortalidade da alma e a vida no plano espiritual
O protagonista, Chris Nielsen, após desencarnar, desperta no plano espiritual com dificuldades para compreender que já deixou a Terra. Esse momento retrata a passagem comum de muitos Espíritos que, ao desencarnar, ainda permanecem ligados à matéria, como ensinado em “O Céu e o Inferno” (Kardec).
A beleza visual do “céu” no filme pode ser comparada ao conceito de “colônias espirituais” descritas por André Luiz na obra “Nosso Lar”, psicografada por Chico Xavier. O ambiente é moldado pelos pensamentos e sentimentos do Espírito, revelando que o mundo espiritual é, de fato, uma extensão da nossa vida interior.
O suicídio e suas consequências espirituais
Um dos pontos mais fortes do filme é a abordagem da dor do suicídio. Annie, esposa de Chris, comete suicídio e passa a viver em um estado de sofrimento mental. O Espiritismo ensina, com profunda compaixão, que o suicídio não é um “castigo eterno”, mas sim uma experiência dolorosa de desequilíbrio emocional e espiritual.
Como afirma Allan Kardec em “O Livro dos Espíritos” (questões 943 a 957), o suicídio é um equívoco diante das provas da vida, e o Espírito que o comete passa por uma fase de perturbação e arrependimento. No entanto, sempre há o amparo dos bons Espíritos e a possibilidade de regeneração.
O amor que transcende a morte
O amor de Chris por Annie o leva a descer às profundezas do sofrimento espiritual para encontrá-la. Essa entrega total é um símbolo do amor incondicional, aquele que ultrapassa as barreiras da matéria, do tempo e da separação.
Na ótica espírita, esse tipo de amor é reflexo da afinidade espiritual, das conexões eternas entre Espíritos que caminham juntos em múltiplas existências. Emmanuel, por Chico Xavier, lembra que o verdadeiro amor jamais se apaga — ele se transforma em força regeneradora e ponte entre os mundos.
A reencarnação como reencontro
No desfecho do filme, Chris e Annie decidem reencarnar juntos. Essa ideia está em perfeita sintonia com o princípio da reencarnação — instrumento de evolução e reencontros. A Doutrina Espírita explica que os laços afetivos se perpetuam, e Espíritos ligados pelo amor podem se reunir novamente em novas experiências, com novos aprendizados.
Conclusão
“Amor Além da Vida” é uma obra que, embora não tenha sido criada com base explícita no Espiritismo, oferece valiosas reflexões alinhadas à Doutrina Espírita: a imortalidade da alma, a vida no mundo espiritual, a lei de causa e efeito, a reencarnação e, sobretudo, o poder transformador do amor.
“O verdadeiro amor é aquele que nos eleva e nos faz vencer as sombras, mesmo além da vida.”
(Além da Vida)
